Após coordenar a terceira equipe da Força Tarefa do Corpo de
Bombeiros Militar enviada ao Rio Grande do Sul, o Major Michael Magrini,
subcomandante do 12º Batalhão de Bombeiros Militar, retornou a São Miguel do
Oeste e compartilhou suas experiências. Ele atuou nas buscas e salvamentos de
vítimas das enchentes por oito dias, enfrentando um cenário devastador.
Magrini relatou que o Corpo de Bombeiros Militar de Santa
Catarina (CBMSC) está presente em solo gaúcho desde o dia 1º de maio, com
equipes que se revezam a cada sete ou oito dias para garantir que os
profissionais estejam em boas condições físicas e mentais para atuar.
Ao chegar ao local, a equipe liderada por Magrini enfrentou
dificuldades devido à segunda onda de chuvas, que complicou o acesso a Cruzeiro
do Sul. Diversas rotas foram tentadas, inclusive com veículos do Exército
Brasileiro, mas sem sucesso. No segundo dia, com o apoio do SAER/Fron de
Chapecó, foi possível acessar a área e localizar uma das vítimas desaparecidas.
"O cenário lá é muito triste e desolador",
descreveu Magrini. Ele explicou que o rio se desviou seis quilômetros do seu
curso normal, uma área onde as equipes estavam trabalhando com cinco cães de
busca. Além do CBMSC, equipes dos Corpos de Bombeiros do Amazonas, Ceará e Rio
Grande do Sul também participaram das buscas.
Magrini expressou que nunca havia presenciado uma catástrofe
dessa magnitude e espera que não ocorra novamente. As equipes do CBMSC
continuam atuando no Rio Grande do Sul. O quarto contingente, que chegou na
segunda-feira (20), está trabalhando na Comunidade Santarém, em Cruzeiro do
Sul, com binômios (dupla formada por bombeiro e cão de busca) e especialistas
em Intervenções em Áreas Deslizadas (IAD). São 12 bombeiros militares, dois
cães de busca, um drone e outros equipamentos essenciais.
Até agora, as equipes do CBMSC salvaram mais de 3 mil
pessoas, 550 animais e localizaram 19 vítimas em óbito, três delas graças ao
trabalho dos binômios.